1. |
Quadrilha
05:32
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olha pro céu
como é lindo igual folheto de cordel
aqui no chão
coração bobo, bola, balão, são joão
tudo aqui grita alavantu
corpo inteiro vibrando quando pouso os ói em tu
de repente anarriê
só pode ser contigo o balancê, o balancê
ontem sonhei
que dançar pagode enfim virava lei
eu quero já
morena bela na quadrilha me enredar
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2. |
Madrugar
03:03
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hoje eu vou madrugar
ver a flor nascer
força que abre o chão sem pá
impossível de deter
assistir ao céu bailar
lua e sol, anarriê
firmamento a farrear
só a madrugada vê
noite que acortina o sol
sopro que faxina o luar
dessa vida só sabe quem madrugar
quero ver quem colhe a prece
e repõe em seu lugar
a esperança muda, flor do madrugar
vai se recolher luar
no final do céu
não sem antes transbordar
sutileza em todo breu
vem o sol desempenhar
seu papel de astro-rei
luz que urge o despertar
anuncia o amanhecer
tudo que eu não pude ver
nem tampouco desvendar
me aguarda ansioso n'outro madrugar
esperança pranto pressa
voz mistério véu pulsar
astros em ciranda e olhar alheio ao mar
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3. |
Abismo
04:03
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feiticeira
deu de presente a mandinga
que exagerou o denso negror
dos teus olhos
fui tentar encarar, vi um abismo
que me olhou de volta
na mesa do bar ou na dança
teu olhar me balança, teu toque sem hesitar
é muita unha pra pouca pele
me desvele onde eu toco e tu vai tocar
não parecia, mas éramos dois
depois, luz de sangue
o sol se punhal desaguando nossa fé
feche seus olhos e lamba o céu
se então nus em pelo morreremos
que seja embaixo dos lençóis
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4. |
Começo, meio e fim
03:19
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um passo à frente e três atrás
era pra ser dança, agora é só lembrança
mas deixe estar, o mundo gira devagar
se um lado é avesso e turvo, o outro lado
é tanta luz, a olhos nus qualquer um pode enxergar
você pra lá e eu pra cá
dava pra ser xote e não passou de trote
é sempre assim: tudo é começo, meio e fim
se um lado é atento e justo, o outro lado
não faz jus, não diz adeus nem aonde quer chegar
eu distribuía saltos mortais
e você se distraia vendo o céu mudar de cor
me esforcei pra decifrar os sinais
impossível definir se aquilo dali era amor
ou se eu só bebi demais
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5. |
Alameda dos Eucaliptos
03:47
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se é tempo de preguiça
desata, desata, desata, desata
desfaz botão, camisa
estrada, estrada, estrada, estrada
já basta ser formiga
cigarra, cigarra, cigarra, cigarra
agora é que ficou bom
não pára, não pára, não pára, não pára
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6. |
Melhor das Marés
04:17
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eu via o fogo se apagar
debaixo daquele toró
você prometeu que ia voltar
mas eu duvidê-ó-dó
se esse toró vier lavar
desatar de uma vez esse nó
largar de você e uivar pro luar
pode ser das marés a melhor
deixa molhar
da cabeça até os pés
cada gota transformada em um milhão de cafunés
fiquei esperando o Sol raiar
o corpo exalando forró
depois do toró, bandeiras no ar
e fumaça e borogodó
quem me vê no salão dançando sem par
pode achar que eu tô só o pó
mas largar de você e uivar pro luar
pode ser das marés a melhor
deixa queimar
para um dia renascer
o que sinto por você, amanheça o que amanhecer
eu quero crer
que 'inda é permitido se perder
e se for pra acontecer
a questão é de ser ou não ser
pra velar ou valer
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